terça-feira, 6 de agosto de 2024

Rebeca, a Grande

 



Quando eu era moço o adjetivo “ Sestrosa” era usado como adjetivo qualificativo quando nos referíamos a certas moças graciosas, bonitas, cativantes,  e por que não:  encantadoras.

Alguém escreveu e eu cito: “Morena sestrosa a caminhar pela ladeira, que me encanta o olhar”.

O maior divulgador das ‘morenas cariocas sestrosas” foi Alvarus- Álvaro Cotrim , um  caricaturista, escritor e historiador da arte brasileira, e eu “tou com ele”.

Se dizia, em tempos de antanho, que a maior invenção do português foi a ‘mulata’, e eu com meu sangue “luso -pernambucano”, mas, carioca de nascença, concordo plenamente.

Eu nunca tive preconceitos.

Meus pais e minha avó me educaram muito bem, e “não falar com pobre, não dar mão a preto, não carregar embrulho”, como na música “A Banca do Distinto” de Billy Blanco, não fazia parte do meu universo, pois, sempre fomos igualitários.

Tenho pelos africanos que vierem para ser escravizados no Brasil a maior consideração, estima, admiração, e acima de tudo reconhecimento, já que foram eles com suor , sangue e lágrimas que criaram, sim criaram, a economia da Nação Brasileira.

O Europeu ficava na Casa Grande desfrutando dos lucros que os habitantes das Senzalas lhe proporcionava e essa é uma verdade absoluta, que não pode, nem deve ser contestada.  

TODAVIA:

Nessa Nação Miscigenada como nenhum outra na face da Terra, nasceu no seio de uma família proletária , em Guarulhos, município da Região Metropolitana de São Paulo, no dia 8 de maio de 1999, na virada do milênio, uma menina que tomou o nome de Rebeca, ou seja, registrada como Rebeca Rodrigues de Andrade, que se dedicou à duras penas a realizar seu sonho de fazer ginastica artística, exemplifico:  “ Rebeca e seus sete irmãos foram criados por sua mãe solo, Rosa, que trabalhou como faxineira para poder pagar pelo treinamento da filha. O irmão mais velho de Rebeca era encarregado de levá-la de casa aos treinos, percurso que demorava duas horas a pé, até conseguirem uma bicicleta.”

E Rebeca Andrade se tornou bicampeã olímpica e a maior medalhista da história do Brasil nas Olimpíadas, com 6 medalhas: 2 ouros, 3 pratas e 1 bronze.

Rebeca Andrade é um ORGULHO NACIONAL.

Vendo Rebeca, a Grande, dançar ou se apresentar no solo, o que lhe deu a medalha de ouro, virei para minha mulher e dize:

Rebeca é muito sestrosa.

Realmente ela é “Sestrosa”, cativante, graciosa, bonita,

e por que não:  encantadora.

Além de me fazer feliz por ser minha compatriota, de ter ganhado as medalhas, Rebeca Andrade, sem ter a menor ideia, me fez voltar aos tempos de minha juventude, preenchendo assim as saudades que tenho” da aurora da minha vida, dá a minha infância querida, que  os anos não trazem mais!”

Obrigado Rebeca Rodrigues de Andrade, a Rebeca, O Orgulho Nacional.

Jorge Eduardo Garcia

Um brasileiro sim senhor.

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