CAPÍTULO 11
GENÉTICA E A
ALEGRIA DE DEUS
Ninguém mais do que eu
acredita em genética; pode haver quem acredite tanto quanto, porém não mais.
Muito antes dos cientistas
darem a importância que lhe dão hoje, eu já a considerava fundamental na vida
da humanidade, por um simples motivo:
sempre acreditei na Família. A Família é uma instituição divina, sabemos
todos nós, inclusive o ateu -- não é “divina” a alegria que se tem ao casar, ou
ao ter nos braços o primeiro rebento?
Jesus, era óbvio, tinha de
ter tido Maria, para que nascesse um
homem verdadeiro, porém precisava de José para ser o mantenedor da família no
seio da qual nasceu.
A família é tão importante que
o evangelista Mateus, logo no primeiro capítulo de seu Livro, cita os avós, os
bisavós e todos os avoengos de nosso Salvador, num exercício de pura genética.
Igualmente Lucas, em seu Livro, capítulo terceiro, do versículo 23 em diante,
explica a ascendência de Jesus como forma de demonstrar como tal homem era
capacitado “geneticamente” para fazer o trabalho que fez.
Estamos falando do Homem
Jesus.
O Homem Jesus também foi fruto
de seu meio, é claro.
José era um homem pio; a,
prova disto é que aceitou a palavra do Anjo e não repudiou a Maria, grávida .
José, sempre tão esquecido,
mas sempre tão querido ao meu coração, como mantenedor e chefe da família
humana de meu Salvador certamente formou, em volta de seu filho, um ambiente
que lhe possibilitasse desenvolver-se de tal maneira que, na hora H, tivesse
conhecimentos suficientes a permitirem que o Espírito Santo fluísse à vontade
no homem que também era Deus.
O ser humano, portanto, é
fruto da genética e fruto de seu meio.
MAGISTER DIXIT.
Até ontem, eu tinha certeza
absoluta disso.
Porém...
Nossa empregada, Maria
Antonia, teve um bebê.
Como ela já tinha um filho
chamado Mateus, Thereza Christina sugeriu que o novinho se chamasse Thiago, e
assim foi.
Ela é uma crente “marca
barbante”, ou seja, diz que é, mas a Bíblia não passa de enfeite da mesa no
quarto.
Quando o garoto tinha poucos
dias, esteve com ele aqui em casa e eu aproveitei, na frente dela e do pai, o
Dedé (cujo negocio é mulher, mas não necessariamente a sua), para ler o texto
de Lucas 2, versos 22 a 35, que trata da apresentação de Jesus no Templo; em
seguida, levantando o menino, ofereci-o a Nosso Deus, em Nome de Nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo.
O INSS, como sempre, enrolou
para pagar à moça sua licença maternidade; assim, cumprida -
- como antigamente se chamava
-- a “quarentena”, ela passou a vir aqui em casa para ajudar e ganhar um
“extra”.
Eu, velho, me apeguei ao
menino e, seguindo a voz de meu sangue nordestino, agreguei o pequeno a minha
vida.
Era assim na casa de meus avós
no Recife, de tal forma que na hora do almoço havia mais agregados que gente da
família para comer.
Que fazer? É o sangue, é a
genética.
Como dizia minha avó Sinhanãna:
“Quem puxa aos seus, não degenera”.
Ontem o pequeno estava chorão
e a mãe precisava sair.
Coloquei o “bichinho” no colo
e comecei a ninálo e ele, como sempre, ficou quietinho.
Ele está com 3 meses e por
qualquer motivo, quando me vê, emite um som, mais ou menos assim : “abu, abu”.
Subi com ele e o fiz dormir na
minha cama. Dormiu, aliás, que foi uma beleza, enfiado nos meus travesseiros.
Quando a mãe foi acordá-lo, eu
a acompanhei.
Ele acordou com um sorriso tão
maravilhoso! Banguela, mostrava as gengivas, cheio de felicidade.
Fiquei tão feliz ao ver sua
alegria...
Ri com ele, feliz.
Ambos foram embora e eu fiquei
matutando sobre a velhice, o neném, a Maria Antonia, minha vida, o passado, o
futuro e pensei na célebre frase: “Ninguém sabe o dia de amanhã”.
Quando os “macaquinhos começam
a pular no sótão”, não há como parar de pensar; pelo menos, é assim comigo.
Pensando ainda no Thiago, veio
a certeza inexorável: “O homem é fruto do meio”.
A mãe é uma moleca, boa,
risonha, de agradável convivência, como a Maria Augusta, uma pretinha “de nariz
em pé” que ficava comigo no Recife, agregada da casa, como outrora fora sua
mãe, que um dia fugiu com um soldado.
O pai, um paraibano feio,
gordo da barriga branca, mas que se acha o próprio Gianechinni, e vive atrás de
uma Maria Gabriela. Mulherengo e amante
de uma “branquinha”. O rei do bar. Enquanto Maria Antonia estiver junto de nós,
faremos o possível para ajudá-los naquilo que ela nos pedir, que fique claro
isso.
E como sempre, segundo a
Palavra de Deus.
Mas se for embora? Como será?
Meus pensamentos ficaram nebulosos.
Mas então veio uma resposta
que colocou em dúvida o meu absolutismo doutoral: “Você por acaso se esqueceu do grande AMOR de
Deus?” e continuou: “Nada de genética, nada de meio; o que faz um ser humano
ser realmente bom, ser alguém útil para a sociedade em que vive, é única e
exclusivamente o amor de Deus”. Cocei a cabeça. Olhei para o lado. Tentei falar
com Thereza Christina, mas não deu. Certas horas, não dá.
Dormi, acordei e veio a
consolação.
Ao Senhor, eu, cheio de fé, já
ofereci o pequenino Thiago. Nas minhas orações sempre haverá um lugar para ele.
Assim sendo, posso ficar tranquilo,
pois ele será na vida alguém útil para a
nossa sociedade, para a Glória de Nosso Senhor e mais ainda, para a grande alegria de Deus.
São Paulo 6 de setembro de
2005
A última vez que votei no Colégio Rio Branco
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