Minha mãe, uma flamenguista que pegou um Ita no norte e veio pro Rio morar.
“ Um pernambucano não se verga, se inclina em elegante saudação”.
Esse era um dos ditados preferidos de Dona Suzana, minha
mãe, que define bem quem era minha mãe.
Mais vistosa do que bonita, elegante, educada, modesta, porém,
orgulhosa de sua raça e de ser pernambucana.
Recatada por natureza seu comportamento social podia ser
considerado como tímido.
CONTUDO, havia uma momento na vida dela que o recato ia
para o espaço.
Qual era?
Quando a equipe de futebol do Clube de Regatas do
Flamengo vencia.
Aí a porca torcia o rabo.
Meu pai, fluminense doente, não tinha como segura-la.
Ria, gritava, pulava, cantava o Hino, fazia a festa.
Era a simples nordestina, a pernambucana, que pegou um
Ita no norte e veio pro Rio morar.
Dias após a vitória lá estava ela com a camisa do seu Flamengo
passeando pela Avenida Copacabana sem a menor vergonha, sem o menor pudor, era
um número.
Certamente teríamos que levá-la ao cardiologista depois
dessa vitória de ontem do seu Flamengo
sobre a grande Chelsea , um cubo inglês, por 3 x 1 pela Taça do Mundo de Clubes,
pois ficaria tão eufórica que mais uma vez a nordestina se manifestaria com
todo vapor e ardor.
Minha mãe, Dona Suzana, nascida Alves Barreto de Almeida,
era uma figuraça
QUANTA SAUDADE !!!!!!!
Jorge , um filho grato a Deus por ter me feito dela nascer.
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